domingo, 17 de maio de 2009

Em extase com Carmina Burana!!!

Finalmente o momento mais aguardado por mim: Carmina Burana no Campo Pequeno!!! Superou as minhas expectativas, embora alguns dasfinansos pelo meio ;)

A cantata "Carmina Burana", adaptada pelo compositor Alemão Carl Orff, centra-se na roda da fortuna, símbolo da antiguidade, que ao girar traz alternadamente boa e má sorte. É uma metáfora à vida humana e por isso completamente intemporal!

A obra é estruturada em prólogo e duas partes. No prólogo há uma invocação à deusa Fortuna na qual desfilam vários personagens emblemáticos dos vários destinos individuais. Na primeira parte se celebra o encontro do Homem com a Natureza, particularmente o despertar da primavera - "Veris laeta facies" ou a alegria da primavera. Na segunda, "In taberna", preponderam os cantos goliardescos que celebram as maravilhas do vinho e do amor(“Amor volat undique”), culminando com o coro de glorificação da bela jovem ("Ave, formosissima"). No final, repete-se o coro de invocação à Fortuna ("O Fortuna, velut luna”).


A ópera é linda do princípio ao fim, mas sem dúvida que a mais célebre "O Fortuna" se destaca pelo poder da sonoridade e pelo verso! Quase morri de emoção!!! Achei ainda maravilhoso esta ter sido liderada por maestro "rastaman". Gostei!

Às vezes sinto-me uma perfeita anormal, pois desde muito nova que adoro Ópera e a música clássica me deixa em extase! Devia voltar a tocar nas teclas do piano... E começar as aulas de canto: Chega de adiar o inevitável!!!

O Fortuna, Ó Fortuna,
Velut Luna És como a Lua
Statu variabilis, Mutável,
Semper crescis Sempre aumentas
Aut decrescis; Ou diminuis;
Vita detestabilis A detestável vida
Nunc obdurat Ora oprime
Et tunc curat E ora cura
Ludo mentis aciem, Para brincar com a mente;
Egestatem, Miséria,
Potestatem Poder,
Dissolvit ut glaciem. Ela os funde como gelo.

Sors immanis Sorte imensa
Et inanis, E vazia,
Rota tu volubilis Tu, roda volúvel
Status malus, És má,
Vana salus Vã é a felicidade
Semper dissolubilis, Sempre dissolúvel,
Obumbrata Nebulosa
Et velata E velada
Michi quoque niteris; Também a mim contagias;
Nunc per ludum Agora por brincadeira
Dorsum nudum O dorso nu
Fero tui sceleris. Entrego à tua perversidade.

Sors salutis A sorte na saúde
Et virtutis E virtude
Michi nunc contraria Agora me é contrária.
Est affectus
Et defectus E tira
Semper in angaria. Mantendo sempre escravizado
Hac in hora Nesta hora
Sine mora Sem demora
Corde pulsum tangite; Tange a corda vibrante;
Quod per sortem Porque a sorte
Sternit fortem, Abate o forte,
Mecum omnes plangite! Chorai todos comigo!

2 comentários:

Rui Franco disse...

É... houve uns desafinanços e os bombos estavam com demasiada força mas o coro estava soberbo. Não sei se era do posicionamento pelas bancadas acima mas a verdade é que as vozes chegavam com uma potência que ainda não tinha sentido nas várias vezes que vi a Carmina Burana.

Foi uma bela noite, hem? ;)

Vivaldi disse...

Viva,
Eu também assisti ao concerto e posso dizer que foi esmagador, a entrega e a força com que aquele conjunto vozes interpretaram a Carmina Burana.
Quanto aos solistas gostei principalmente da soprano, apesar de ter tido 2 pequenos deslisses. Situações que acontecem,talvez falta de aquecimento.
Quanto à orquestra, julgo ter estado à altura, com musicos jovens e cheios de energia.
Nota final para o Maestro Albertino Monteiro, que do alto dos seus 2 metros, dirigiu de forma soberba toda a peça. PARABÉNS A TODOS.