quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os melhores amigos!

Foto: Kiki

Quando começamos a perceber que o mais importante das nossas vidas pode não depender da nossa vontade e do nosso esforço sentimos uma grande agonia, sabemos que passámos a fazer parte do grupo de adultos a caminhar para séniores. Quando a saúde não ajuda. Quando pensamos muito no passado, quando pensamos muito no futuro... No fundo, quando pensamos muito!

Do que mais tenho saudades quando era miúda é de não pensar em nada. Ser boa aluna e acordar tarde ao fim-de-semana eram os verdeiros objectivos.
Mas sem dúvida que o que faz de nós velhos é apercebermo-nos que a vida é efémera, que afinal não podemos dar nada por garantido... Começa a chegar o medo de perder os que mais gostamos.

Foto: Rafa

O Rafa, cão, fechou os olhinhos há 2 semanas. Era velhote, é um facto, mas foi de repente. Ainda na noite anterior lá andava ele a pedinchar comida à mesa.
E em Fevereiro a Kiki, gatinha, foi operada a um tumor maligno. Portou-se lindamente, como sempre, mas o tumor voltou em força e já começo a prever o que aí vem.

C
om o Rafa, só tive 3 anos, os últimos dele. Apareceu na minha rua, abandonado, e não chegou a passar muito tempo até trazê-lo para casa.
Era super meigo, mas um pouco assustado: não gostava de velhotes de boina e de carros com malas no tejadilho. Era feio, mas era nosso e feliz!


A Kiki encontrei também na minha rua ainda bébé. Miou a noite inteira até que a encontrei no motor de um automóvel. Parecia preta e apenas se via uns olhos azuis intensos a brilhar na sombra, mas logo depois apercebi-me que a sua verdadeira cor era bem clarinha.


Como tinhamos outro gato, o Kiko, no primeiro dia ficou na varanda. Agarrei no meu livro de Ciências (tinha teste no dia seguinte), fui para a varanda, sentei-me no chão e abri o livro no meu colo.
Em 5 minutos, aquela amostrazinha de vida, trepou pelas minhas pernas, aninhou-se em mim e nunca mais me largou!
Vinha com "tinha" (tipo de sarna) e como tal fiz-lhe um grande tratamento diário. Esteve 2 semanas só em contacto comigo, no meu quarto (sim , apanhei "tinha" também)
Acho que foi por causa dessa experiência que ela ficou tão excessivamente meiga, tão dedicada, tão atenciosa, leal, carinhosa, amiga... Inclusivé, quando estou em baixo ou doente ela fica com uma dedicação especial.

Ela estava onde eu estava, como uma sombra! Quando regressava da aulas e abria a porta do meu quarto já sabia que ela sairia a correr da 2ª gaveta do armário, onde guardava as minhas meias, só para me receber. Tão pequenina, mas tão importante!


Foto: Willie

Há 3 anos tenho o Willie, um gatinho que estavam a oferecer na Internet. É um rebelde. Está sempre a inventar esquemas para tramar a vida à Kiki, mas é uma ternura!

Nunca vão perceber a importância que têm nas nossas vidas. O quanto feliz nos fazem e o quanto nos ensinam, e curiosamente, é sempre algo de bom.

Ensinam-nos, essencialmente, a dar sem exigir nada em troca...


Quem não tem animais nunca vai sentir nada disto, mas é sempre tempo de arranjar um amigo para a vida!


Obrigada por tudo Kiki, és a maior! Força!!! :')